Incrível como Deus nos fala e nos ensina através de Sua Palavra. Por mais que lemos e ouvimos uma passagem, sempre esta será novidade para nós e nos tocará de alguma maneira diferente da outra vez que tivemos contato com ela.
Vejam o exemplo do Evangelho que narra o famoso episódio envolvendo as irmãs Marta e Maria (cf. Lc 10, 38-42).
A história de Marta e Maria, duas irmãs, já são muito conhecidas por todos os cristãos. Particularmente, via em Marta, uma mulher chata, que pouco se importava com a visita do Senhor em sua casa, que só queria saber de ralar nos serviços domésticos e ficou com inveja e raiva da sua irmã, Maria, que ao invés de também entrar na paranóia dela de trabalho, ficava de papinho com o ilustre visitante. Pois esta minha visão de Marta, mudou no sábado à noite, graças a homilia inspirada pelo Espírito Santo, do Pe. Márcio Roberto, na Igreja de São Lucas, no Stella Mares.
No início de sua homilia, ele chamou todas as crianças da catequese para o lado dele e fez uma brilhante comparação. Usou de exemplo uma das crianças, supondo que a mãe lhe desse uma obrigação caseira, mas esta criança fosse fazer, sem antes perguntar como o serviço devia ser feito. A criança iria servir da mesma forma, só que sem as instruções, corria o risco de cometer erros nos seu serviço, mesmo com toda dedicação e obediência a mãe.
Graças a esta homilia, percebi que Marta também estava servindo ao Senhor. Afinal, estava acolhendo o Senhor, fazendo com que Sua estadia em sua casa, fosse a melhor possível. Com certeza, ela estava dando o seu melhor, se esforçando ao máximo para dar ao Senhor Jesus uma casa limpa e bem arrumada, uma caprichosa alimentação. Mas sua preocupação em oferecer o melhor a Jesus, e eu repito, não foi uma atitude negativa dela até porque para Deus temos que dar o nosso melhor, ela acabou esquecendo de parar um pouquinho e ouvir o que Jesus tinha a lhe ensinar. E que excelente e única oportunidade Marta perdeu, pois além de ter o próprio Deus pregando em sua casa, naquela época, ninguém, absolutamente ninguém pregava para uma mulher.
Em nossa missão, muitas vezes somos mais Marta do que Maria. Ao ouvir esta homilia, onde eu descobrir que Marta também era serva de Jesus, me veio logo em mente os movimentos de encontros. Percebo que a maioria dos que participam destes são como Marta. Preocupam-se tanto em trabalhar nos encontros, de fazer o melhor e o mais bonito, proporcionando aos encontristas o mesmo encontro pessoal com Deus que tiveram quando fizeram o encontro, que esqueçem de parar e ouvir a Palavra de Deus. Por isso mesmo, que muitas vezes, ocorrem brigas, desentendimentos e até afastamento da missão e de Deus de alguns servos, no decorrer dos dias do encontro. Acabam sendo como aquelas pessoas citadas na Parábola do Semeador, que escutam a Palavra, a repassam para os outros, mas não a guardam para si. Mas isso não é algo exclusivo dos movimentos de encontro. Em toda pastoral, movimento e serviço da nossa Igreja, existem várias Marta. Passei cerca de 14 dos 16 anos que tenho de engajamento evangelizando através do teatro. Como era comum, dramatizamos de forma belíssima o Evangelho, mas não guardavamos a mensagem passavamos.
O serviço é importante? Com certeza que sim. Afinal, como diz a antiga canção que ouvimos das "tias", na catequese infantil, "Deus não quer preguiçoso em Sua obra!". Ele quer que produzamos frutos, levando a Sua Palavra a todos, como a mesma preocupação e dedicação de Marta. Mas para isso, é primordial, que façamos como Maria, parar para ouvir o que Ele quer de nós. Do contrário, seremos meros robôs, repassando a mensagem de forma automática, sem saber o que de fato estamos fazendo. Deus nos deu o Seu Espírito Santo para sermos protagonistas da Evangelização. E a primeira pessoa que precisa ser evangelizada chama-se EU.
Rick Pinheiro.
Aprendendo sempre mais da Palavra de Deus.
* Postagem publicada originalmente em 19/07/10.
* Postagem publicada originalmente em 19/07/10.
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