sexta-feira, 11 de maio de 2012

COMENTARIOS SOBRE A CABANA.*

É incrível como as pessoas fazem muito barulho por nada. Nos últimos anos, vimos pessoas ditas religiosas fazerem o maior bafafá por causa de livros do gênero romance, ou seja, totalmente ficcionais, frutos da imaginação, às vezes nem sempre fértil dos seus autores. O tiro sempre acaba saindo pela culatra, pois se a intenção era fazer as pessoas boicotarem tais obras, acabam fazendo publicidade gratuita das mesmas, incentivando e despertando o interesse de várias pessoas. A última polêmica deste gênero recai sobre o livro A Cabana, que li alguns meses atrás e comentarei a partir de agora.

O livro narra a história de Mack Allen Phillips, um pai de família que tem a tragédia de perder a filha caçula, assassinada por um serial killer. Quatro anos depois, Mach recebe um convite assinado como Papai, nome que sua esposa costuma chamar Deus, para passar um fim de semana na cabana onde sua filhinha foi brutalmente assassinada. Ao chegar lá, encontrar a Santíssima Trindade, nas pessoas de uma mulher negra (Deus), uma oriental chamada Sarayu (Espírito Santo) e um homem alto (Jesus). A partir daí, desenrola-se todo um processo de cura do protagonista Mack.

Antes de tudo, mais uma vez lembro que o livro é uma obra de ficção, logo, não é para ser levado a sério, nem como verdade teológica. Quem quiser algo sério e real, busque documentos da Igreja e livros que abordem a teologia da Trindade. Como obra de ficção, gostei bastante do livro. Prende bastante atenção, envolvendo o leitor do começo ao fim. No tempo de livros que só fazem denegrir a imagem de Deus e Sua Igreja, e até mesmo negar a Sua existência, A Cabana se sobressair levando uma linda mensagem de perdão, misericórdia e de um Deus amoroso, compreensivo e bem próximo de nós, incentivando o seu leitor a buscar a Deus. Por isso que, como obra de ficção, eu recomendo a leitura deste livro muito bem escrito e criativo. Merece ser lido e repassado.

Todavia, faço uma advertência: se você é daquele tipo de pessoa que tem mente fraca, não sabe diferenciar uma obra de ficção da verdade, passe longe deste livro, pois existe neles algumas falhas teológicas, que não chega a ser uma heresia, mas se levada a sério, pode fazer o leitor acreditar nestas falhas, já que o livro é escrito de forma criativa, numa linguagem simples e direta. Por exemplo, em uma passagem, Papai (Deus) afirma a Mack que não criou nenhuma religião, e sabemos que esta afirmação não é verdadeira.

Por fim, fica o lembrete: obra de ficção serve apenas para despertar a nossa imaginação e não para ser levada a sério. Se queremos de fato ter contato íntimo com Deus, não precisamos ir a cabana, mas a uma Igreja, onde Ele está no Sacrário, esperando para ser adorado e escutar e atender as nossas preces. Se queremos conhecê-LO e ouvir o que tem a nos dizer, busquemos na Sua Palavra. Se queremos nos aprofundar os nossos estudos sobre Deus e Sua Palavra, busquemos os documentos da nossa Igreja e livros escritos por autores católicos. Mas se queremos relaxar, viajar nas asas da imaginação, recomendo A Cabana.

Rick Pinheiro.
Teólogo, professor de Ensino Religioso, acadêmico de Direito, coordenador da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Maceió, encontrando Deus todos os dias, através da Oração, Adoração e Leitura Orante da Sua Palavra.

* = Publicado originalmente em 29/07/10.

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