Uma das graças que os crentes em Deus mais necessitam, sobretudo nesses dias de intensa mídia e de presença maciça dos políticos e religiosos no rádio e na televisão é a graça do discernimento. A função de marketing moderno é seduzir e convencer. Raramente é a de revelar a verdade. Sobre o outro partido e a outra igreja eles adoram contar a verdade, mas dão sempre um jeito de esconder ou ameninar as verdades dolorosas sobre os seus correligionários. Ao eleitor ou fiel cabe discernir para saber se está diante de um político ou de um pregador com ética.
Os pregadores de religião, incluindo-me entre eles e a ninguém excetuando, precisam provar que de fato são profetas e que não são nem pretendem ser charlatões. É próprio do charlatão deliberadamente enganar seus ouvintes e intencionalmente trabalhar com a meia verdade. Exemplo disso é aquele que destaca como herói da fé e modelo de fidelidade a Deus um guerrilheiro chamado Gideão que, com poucos homens disciplinados, encheu Israel de vitórias e de glórias, mas omitem seus desmando e suas desumanidades.
Charlatão é quem mostra a estrondosa vitória de Elias sobre os sacerdotes de Baal, mas esconde, depois, o frio assassinato dos 450 sacerdotes vencidos; ordens do intolerante profeta. O Deus que acendeu sua lenha toda encharcada de água certamente não ordenaria aquele massacre. Na hora do milagre o profeta se revelou homem de Deus. Quando começou a ridicularizar os sacerdotes da outra fé e quando mandou matá-los revelou-se um frio assassino. E não adianta dizer que naquele tempo era assim… Tanto não era que Samuel e Eleazar buscaram o diálogo.
Todo aquele que se diz chamado a anunciar a existência de Deus e a acentuar Jesus Cristo como o Filho, tem a obrigação de mostrar misericórdia. Toda prepotência esconde alguma incompetência. Quem não consegue dialogar com os contrários e parte ou para a mentira, para a aleivosia, para a calúnia ou para a violência, mostra que não recebeu ou não entendeu o chamado. Deus não chama ninguém para a violência. Quem o faz, não envolva Deus na sua aventura.
Fazia bem aquela senhora que lia dois jornais por dia e cinco revistas por semana. Católica, ela orava todos os dias para que Deus lhe desse discernimento. Assim, perceberia que pregador é despreparado e mente, que igreja joga com a mentira, que partido recorre à meia verdade. Já que pretendia votar e aderir à igreja mais madura procurava políticos, partidos e pregadores e grupos em quem pudesse confiar. Procurava os honestos e humildes… Se querem saber, achou! Mas teve que peneirar…! Na era do Vale-Tudo só vale quem não quer tudo!
Pe. Zezinho, SCJ.
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