segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

MALHAÇÃO MENTAL E ESPIRITUAL.

Ah, o verão! Estação do calor, onde a grande maioria de nós queremos pegar uma boa praia. Tempo também em que lembramos de cuidar do corpo e corremos para a academia, mesmo que boa parte de nós vamos apenas por motivos estéticos para exibimos nossos corpos sarados na praia. Independente disso e da estação do ano, todos temos o consenso que precisamos cuidar da saúde corporal. E até mesmo o mais relaxado, com pandemia veio também o alerta para esse cuidado. Assim como o corpo, nossa mente e nossa fé precisam também ser cuidados e mantidos em ordem.

A nossa mente não para. Até quando dormimos ele está trabalhando. Para exercitá-la é necessário a leitura constante. Criamos o gosto pela leitura na infância. Particularmente, quando criança lia gibis aos montes, dos mais variados gostos e gêneros. Na minha coleção tinha  Turma da Mônica, Personagens da Disney, Heróis da Marvel e da DC. Com o passar do tempo, por incentivo dos professores que tive, passamos a ler livros de ficção, de uma série chamada Vaga Lume. Eram livros simples, para crianças e adolescentes, com muita aventura, ação e suspense. Se eu não me engano, esta coleção ainda existe, mas sem a mesma força, já que a geração de hoje prefere a internet aos livros. Criei um gosto tão grande pela leitura, que hoje leio, no mínimo, de dois a três livros por mês, dos mais variados gêneros: ficção, religiosos, teológicos e jurídicos. 

Evidente que passei o meu tempo sem malhar a mente, sem ler um livro sequer, e percebi que foram nestes momentos que me tornei mais lento e preguiçoso, prejudicando meus estudos, minha profissão e até mesmo a missão que Deus me confiou. Por tudo isso, afirmo, por experiência própria, que precisamos malhar a nossa mente sempre, todos os dias. Mesmo quando estamos de férias dos estudos e trabalho, se faz necessário fazemos a leitura de algo mais leve, de preferência uma obra ficcional. Mas jamais o hábito da leitura deve ser deixado de lado.

Assim como o nosso corpo e a nossa mente, precisamos também malhar a nossa espiritualidade. Nossa fé, precisa e deve ser alimentada todos os dias, do contrário, nos desanimaremos e nos afastamos de Deus na primeira dificuldade. Temos como "halteres" para a nossa malhação espiritual, a oração diária, a leitura e vivência da Palavra de Deus, a participação na Santa Missa (no caso dos católicos) e dos cultos (no caso dos evangélicos), a busca constante dos sacramentos da reconciliação e comunhão, onde recebemos o próprio Cristo, e a leitura de documentos da Igreja, testemunhos e escritos de autores cristãos. É fundamental que cuidemos das três saúdes. Não uma mais que a outra, mas, de forma igualmente. 

Rick Pinheiro.
Precisando urgentemente malhar o corpo, a mente e a fé.

OS SECRETÁRIOS DO DIABO.

Diz a sabedoria popular que "quando o diabo não pode ir, ele manda o seu secretário". Infelizmente, podemos constatar esta verdade na pandemia. Lembro que com menos de uma semana da decretação do lockdown nos meados de março que os carniceiros, abutres, safados, canalhas de plantão, os verdadeiros diabos travestidos de gente, colocaram as asinhas de fora, se aproveitando essa situação caótica que deixou o mundo perdidão sem saber o que fazer. Estes canalhas diabólicos estão travestidos das mais diversas formas. De comerciantes gananciosos que aproveitaram o desespero alheio para remarcarem e venderem produtos com preços altíssimos, até os políticos que aproveitaram a pandemia para roubarem na cara dura com insumos superfaturados. O mais triste é que isso e muito mais continuam hoje, meses depois da pandemia e de tanta vidas perdidas. 

Evidente que atitudes diabólicas como as descritas acima não devem ser generalizadas, pois graças a nosso Bom e Misericordioso Deus Pai, existem pessoas boas que realmente pensam no próximo. Mas como homens e mulheres de Deus, precisamos abrir os olhos, denunciar e combater os aproveitadores carniceiros da dor alheia. O cristão consciente não se conforma com as injustiças e canalhices, não tem político e ideologia de estimação, que o faça ignorar o oportunismo em cima de dor e sofrimento alheio. Os oportunistas estão em todas as áreas, não apenas na empresarial e política como nos exemplos supracitados. Nós precisamos está atentos e saber distinguir o joio do trigo.

Rick Pinheiro.
Inconformado com o oportunismo, o egoísmo e a perversidade do ser humano.

ORAR E AGIR PELO PRÓXIMO.

Na última quinta-feira fomos surpreendidos com as notícias vindas de Manaus da falta de oxigênio nos hospitais locais. Um fato que só demonstra o descaso e a desumanidade que os governantes tratam o povo. Mas, esses mesmo fatos despertam em nós a solidariedade e amor ao próximo. No meio desse caos onde irmãos nossos estavam perdendo a vida pela falta do vital, anônimos e figuras públicas, como o humorista Whindersson Nunes, sentiram a dor alheia e tomaram iniciativas de não ficar de braços cruzados. Por outro lado, lamentável atitudes de alguns que se dizem cristãos, das mais diversas denominações, ao serem questionados se sua igreja iria ajudar nossos irmãos amazonenses, simplesmente disseram que já estavam orando. É inegável que orações são bem-vindas, e quando realmente são feitas com fé, nosso Deus age e demonstra que não é a toa que Ele é o Senhor do impossível. Mas, também, Ele age através de nós, sobretudo quando agirmos.

Evidente que a maior parte de nós brasileiros mal conseguimos o suficiente para nos mantermos e a nossa família. E por isso mesmo, resta-nos apenas orarmos pelo nosso próximo em dificuldade. O que me refiro é sobre usar a oração como desculpa esfarrapada para não agirmos quando temos as condições. Uma igreja, independente de qual denominação, tem suas despesas, isso é inegável. Porém, também é inegável que, lamentavelmente, algumas igrejas são apenas meio de enriquecimento dos seus líderes. E são justamente esses que, quando ocorrem oportunidades para colocar em prática a solidariedade cristã, usam a oração como desculpa para não ajudar o próximo. Esquecem e não fazem jus ao que "Todo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens" (Hebreus 5, 1a). Acredito que o líder cristão que não faz jus a esse pequeno trecho, realmente não foi escolhido por Deus e trata-se de um falso profeta, afinal, Deus é perfeito, logo, Ele não erra.

Mas, a solidariedade não é limitada apenas aos líderes, mas, a todos nós que professamos a fé em Cristo, independente da placa da Igreja ao qual fazemos parte. Todos nós, conforme a disponibilidade, podemos ajudar o próximo. Se não temos dinheiro para comprar e enviar cilindros de oxigênio a Manaus, vamos fazer o nosso mínimo com pequenos gestos. Nesse tempo de pandemia, sigamos as normas de uso de máscaras, distanciamento social, pequenas atitudes, que podem causar até um desconforto, mas, o suficiente para nos protegemos e também as outras pessoas. Lembremos que a palavra oração une dois verbos, orar e agir. Por isso mesmo, façamos a nossa parte. 

Rick Pinheiro.
Teólogo, buscando sempre orar e agir.

domingo, 17 de janeiro de 2021

ESTAMOS OUVINDO A VOZ DE DEUS?

Alguns anos atrás, na lanchonte Panini, localizada no Centro de Maceió, onde costumava almoçar na época em que emendava faculdade e trabalho. Lembro-me que sempre me chamava atenção a eficiência do pequeno grupo de dez pessoas que trabalhavam na cozinha do citado estabelecimento. A moça que fica no caixa, anunciava no microfone o pedido de cada cliente para que a equipe da cozinha o prepare. O mais espantoso é que, mesmo com o número imenso de pedidos e aquela adrenalina no corre-corre, todos os clientes eram atendidos imediatamente, tudo no mínimo detalhe (tem cliente que pede a salada de um tipo, sem tal legume, e por aí vai, o que só complica). Particularmente, por ser um pouco desatento não passaria dois minutos naquela cozinha.Partindo deste curioso fato, eu me questiono e peço para que cada um também faça o mesmo: Estamos atentos e ouvindo a voz de Deus, como os funcionários da cozinha daquela lanchonete? Ou ignoramos, à exemplo dos frequentadores de um barzinhoe música ao vivo, que com raríssimas exceções, ignoram os músicos que tocam alegremente? 

Na Primeira Leitura da liturgia (I Samuel 3, 3b-10. 19) nos mostra o chamado do jovem Samuel. Incialmente achando que era Eli que o chamava, Samuel acabava descobrindo que era o próprio Deus que o chamava insistentemente. E tão logo caiu a ficha sobre isso, se pois à disposição. Pois é, Deus nos chama todos os dias para O servimos em nossos lares, no nosso trabalho, até mesmo nas redes sociais. E a pergunta do início deste parágrafo continua: estamos atentos como os funcionários da cozinha da lanchonete ou  não damos a mínima como os clientes de um barzinho?

Na parábola dos dois filhos (cf. Mt 21, 28-32), Jesus conta que estes recebem uma tarefa do pai. Um dia que irá fazer, mas, não faz. O outro resmunga, se nega a princípio, mas, depois acaba fazendo a vontade do pai. E aí, somos quais dos filhos? Aquele que inicialmente negou seguir a vontade do pai e depois, voltou atrás ou aquele que prometeu da boca para fora atendê-lo? Acredito que na vida oscilamos entre um e outro, pois somos humanos, falhos e teimosos. Muitas vezes nos comprometemos com Deus, mas, por algum motivo acabamos por não cumprir. Mas também, por muitas vezes, nos recusamos, mas, depois voltamos a atrás. Nas duas atitudes é essencial reconhecemos nossas falhas e tratarmos logo de nos corrigir.

Deus nos fala constantemente, seja através da Sua Palavra e de fatos do nosso dia-a-dia. Precisamos estarmos atentos a isso, escutá-Lo e tentar fazer a Sua. Por mais que as circunstâncias sejam turbulentas, temos que ter a consciência que Deus é Pai e o que Ele deseja de cada um de nós é bom. Da mesma forma que aqueles competentes funcionários da cozinha estavam atentos mesmo no meio do barulhão àquela pequena caixinha de som, onde a colega do caixa, anuncia o pedido de cada cliente, busquemos fazer o mesmo no nosso dia-a-dia e ouvir o Senhor nos falar, dizendo prontamente como Samuel: "Fala, que teu servo escuta".

Rick Pinheiro.
Buscando ficar atento à voz de Deus.

sábado, 16 de janeiro de 2021

PEQUENOS SENTIMENTOS AUTODESTRUTIVOS.

A pouco mais de um ano passei junto com minha família por uma situação digna de filmes de terror de casa mal assombrada. Do nada, o fornecimento de energia começou a oscilar. A princípio achávamos que era um defeito geral e que estava acontecendo o mesmo com os vizinhos. Para a nossa surpresa, o fenômeno só estava acontecendo em nossa casa, e o mesmo piorou, se tornando mais frequente e forte a ponto de queimar alguns eletrodomésticos. Quando isso ocorreu, tivemos que chamar a empresa fornecedora de energia, que custou a chegar, mas, quando finalmente deu ar da sua graça, revelou que o problema foi ocasionado por uma minúscula peça defeituosa no poste. Quando o funcionário da empresa me mostrou a peça, me impressionou e me fez questionar o quanto uma pecinha tão pequena podia causar tanto danos.

Na mesma época, começou a ser anunciado nos noticiários, de forma bastante tímida, o surgimento de um vírus numa província chinesa. Quem diria que algo tão minúsculo, invisível aos nossos olhos, poderia causar uma pandemia de nível inimaginável, que está levando muitas pessoas no mundo inteiro, pais, filhos, amigos, colegas, vizinhos, conhecidos de alguém. Com certeza, a essa altura da pandemia,, todos nós já perdeu pelo menos um desses. Um vírus minúsculo, invisível aos nossos olhos, causando dor, sofrimento, morte, em número astronomicamente em pessoas do mundo inteiro.

A peça defeituosa no poste e o vírus vindo do outro lado do mundo têm em comum, obviamente, resguardada as devidas proporções, o fato de serem minúsculos em tamanhos, mas, causadores de grandes males. Ambos nos ensinam o cuidado que devemos ao máximo evitar de criar em nós sentimentos negativos em relação as outras pessoas. 

Somos humanos e temos sentimentos. É comum no decorrer da nossa vida temos antipatia por alguém, e por consequência, criarmos em nós ranço, rancor e até ódio. E isso é aumentado a enésima potência na realidade caótica em que vivemos, numa polarização que gera um ridículo maniqueísmo, onde basta alguém pensar diferente, ter uma ideologia ou crença contrária, se torna para o outro lado um inimigo ferrenho, alguém que tem que ser automaticamente combatido, eliminado, o tal do cancelado. Quantas famílias separadas, quantas amizades de décadas desfeitas, simplesmente, pelo simples fato de não aceitarmos o diferente e por tabela, acabamos criando pequenos sentimentos negativos que na verdade estão nos autodestruindo como seres humanos, único ser racional e imagem e semelhança de Deus.

Mesmo que não cortemos os laços familiares e de amizade, os sentimentos negativos, por mais que sejam minúsculos, quando criados se instalam em nós como ervas daninhas, e passam a nos autodestruir. O outro pode passar a vida toda sem saber do nosso rancor e raivinha por ele, mas, em nós eles vão tirando nosso sono, crescendo, podendo criar em nós atos como intolerância, que por tabela, podem nos levar a outros ainda mais danosos, que podem decorrer em violência. Por isso mesmo, devemos ao máximo nos autopoliciar e evitar ao máximos esses minúsculos sentimentos em nós. E quando eles surgirem, possamos ter a coragem e a força de vontade em arrancá-los, eliminando o mal pela raiz.

FRASES:




Rick Pinheiro.
Evitando ao máximo criar pequenos sentimentos negativos.