Alguns anos atrás, na lanchonte Panini, localizada no Centro de Maceió, onde costumava almoçar na época em que emendava faculdade e trabalho. Lembro-me que sempre me chamava atenção a eficiência do pequeno grupo de dez pessoas que trabalhavam na cozinha do citado estabelecimento. A moça que fica no caixa, anunciava no microfone o pedido de cada cliente para que a equipe da cozinha o prepare. O mais espantoso é que, mesmo com o número imenso de pedidos e aquela adrenalina no corre-corre, todos os clientes eram atendidos imediatamente, tudo no mínimo detalhe (tem cliente que pede a salada de um tipo, sem tal legume, e por aí vai, o que só complica). Particularmente, por ser um pouco desatento não passaria dois minutos naquela cozinha.Partindo deste curioso fato, eu me questiono e peço para que cada um também faça o mesmo: Estamos atentos e ouvindo a voz de Deus, como os funcionários da cozinha daquela lanchonete? Ou ignoramos, à exemplo dos frequentadores de um barzinhoe música ao vivo, que com raríssimas exceções, ignoram os músicos que tocam alegremente?
Na Primeira Leitura da liturgia (I Samuel 3, 3b-10. 19) nos mostra o chamado do jovem Samuel. Incialmente achando que era Eli que o chamava, Samuel acabava descobrindo que era o próprio Deus que o chamava insistentemente. E tão logo caiu a ficha sobre isso, se pois à disposição. Pois é, Deus nos chama todos os dias para O servimos em nossos lares, no nosso trabalho, até mesmo nas redes sociais. E a pergunta do início deste parágrafo continua: estamos atentos como os funcionários da cozinha da lanchonete ou não damos a mínima como os clientes de um barzinho?
Na parábola dos dois filhos (cf. Mt 21, 28-32), Jesus conta que estes recebem uma tarefa do pai. Um dia que irá fazer, mas, não faz. O outro resmunga, se nega a princípio, mas, depois acaba fazendo a vontade do pai. E aí, somos quais dos filhos? Aquele que inicialmente negou seguir a vontade do pai e depois, voltou atrás ou aquele que prometeu da boca para fora atendê-lo? Acredito que na vida oscilamos entre um e outro, pois somos humanos, falhos e teimosos. Muitas vezes nos comprometemos com Deus, mas, por algum motivo acabamos por não cumprir. Mas também, por muitas vezes, nos recusamos, mas, depois voltamos a atrás. Nas duas atitudes é essencial reconhecemos nossas falhas e tratarmos logo de nos corrigir.
Deus nos fala constantemente, seja através da Sua Palavra e de fatos do nosso dia-a-dia. Precisamos estarmos atentos a isso, escutá-Lo e tentar fazer a Sua. Por mais que as circunstâncias sejam turbulentas, temos que ter a consciência que Deus é Pai e o que Ele deseja de cada um de nós é bom. Da mesma forma que aqueles competentes funcionários da cozinha estavam atentos mesmo no meio do barulhão àquela pequena caixinha de som, onde a colega do caixa, anuncia o pedido de cada cliente, busquemos fazer o mesmo no nosso dia-a-dia e ouvir o Senhor nos falar, dizendo prontamente como Samuel: "Fala, que teu servo escuta".
Rick Pinheiro.
Buscando ficar atento à voz de Deus.
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