domingo, 29 de junho de 2014

QUE TUA MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FEZ A DIREITA (MT 6, 3).

Na época da tragédia trazidas pelas chuvas, há quatro anos atrás, lembro-me de ter recebido de um velho amigo uma mensagem, contendo uma foto de um movimento de nossa Igreja que atendeu o apelo do Corpo de Bombeiros de ajuda na organização do recebimento dos donativos e enviou alguns membros como voluntários. Atitude belíssima e de coração, até hoje, parabenizo a atitude cristã de amor ao próximo que os heróis, meus irmãos amados deste movimento fizeram. Vocês nos orgulha de sermos católicos e fizeram jus ser um movimento de nossa Igreja. Porém, como cristãos católicos, precisamos nos policiar. Jesus nos ensina que a caridade que fazemos não devemos nos vangloriar e sair mostrando para os outros, mas guardar para nós, pois o Pai do Céu, que nos conhece melhor que nós mesmos nos conhecemos, sabe muito bem o que se passa no nosso coração e nos recompensará no tempo certo por nossos atos de amor .

Conheço profundamente os membros deste movimento e tenho certeza que não enviaram a foto do valoroso ato de amor deles na época pelo saudoso Orkut com más e segundas intenções. Mas precisamos sim nos policiar, pois quem não os conhece bem, podem achar que eles estão querendo aparecer, que estão provocando dizendo que o movimento deles é melhor que os outros movimentos e pastorais da Igreja. Por não sabemos o que se passa na cabeça do outro, precisamos ser mais prudentes e evitar que o outro nos julguem e condenem injustamente. Com certeza, valeu a boa intenção e o registro do momento de fé, que ficará marcado para cada um dos irmãos voluntários. Mas, na minha opinião, não era necessário propagá-lo pela internet.

A divulgação de atos de caridades não é algo novo. Desde que o mundo é o mundo, e, principalmente, com o advento e avanços dos meios de comunicação tornou-se uma prática comum. Tanto que regularmente nos deparamos com reportagens televisivas, postagens nas redes sociais, de pessoas ou grupos exibindo seus atos de caridade. Se por um lado é positivo, pois incentivam outras pessoas e grupos a fazerem o mesmo, por outro, contraria a verdade evangélica. Entre o lado positivo e o negativo, na minha humilde opinião, acredito que a prudência deve prevalecer. "Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém", diz o ditado popular. Portanto, sejamos mais prudentes, evitando divulgar atos, que o próprio Jesus nos pede para mantemos em segredo.

Rick Pinheiro.
Teólogo, professor de Ensino Religioso e Filosofia da Rede Pública do Estado de Alagoas, Bacharel em Direito e catequista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário