Estamos todos contagiados com a copa no Brasil, sejamos a favor ou contra, de alguma maneira o brasileiro está externando o seu sentimento, seja do pseudo-patriotismo que sempre surge de quatro em quatro anos, seja o protesto pelos gastos exagerados no evento, que apenas estamos sediando, enquanto áreas fundamentais como educação, saúde e segurança estão agonizando há décadas. Polêmicas à parte, quero partilhar algo da última copa, onde me surpreendi e aprendi um pouco sobre a África do Sul e o seu povo, descobrindo que temos vários pontos em comum, quase que fossemos o mesmo país. Assim como nós, trata-se de povo sofrido, com muitos dos seus cidadãos vivendo na miséria, em reconstrução depois de anos de guerra civil e o regime diabólico do Apartheid. Mas que tem esperança e não deixa a tristeza e o desânimo tomarem conta.
Deus é perfeito em tudo que faz. Por isso, não foi a toa que Ele concedeu a este país tão sofrido sediar uma Copa de Mundo de Futebol. Chegou o "Time for África", como diz a música oficial daquela Copa, cantada pela linda e talentosa colombiana Shakira. A África do Sul mostrou ao mundo, principalmente àqueles que têm preconceitos de todos os tipos contra o Continente Africano que ele não é apenas Savana, animais selvagens, de povo primitivo, tribal, hostil e violento. Muito pelo contrário: o povo africano é acolhedor, assim como nós brasileiros, a ponto de naquele anos nos deixar com vontade de está lá, no meio daquela festa. E que festa! Ganhando ou perdendo as seleções africanas sempre festejavam, provando a máxima que no esporte o mais importante é competir e não apenas vencer. Ganhando ou perdendo, o povo fazia festa do mesmo jeito. Nesse ponto existe a diferença entre Brasil e África do Sul. Aliás, um dos pouquíssimos pontos de diferenças entre os dois países.
A África do Sul é formada por uma mistura de raças e culturas, tanto que lá vários são os idiomas e dialetos falado pelo povo. Também é visível nas reportagens que o povo africano é criativo e luta incansavelmente para sustentar sua família. Corte de cabelos e venda de perucas brasileiras no meio da rua, as barulhentas e irritantes vavuzelas são só alguns exemplos da criatividade dos africanos para trazer o pão de cada dia para suas mesas. O ritmo musical dos africanos é contagiante e alegre. No show de abertura da copa, por exemplo, entre as grandes estrelas internacionais, estavam também os artistas do continente africano e mostraram que não ficam atrás de nenhum destes artistas de cachês milionários. Aliás, ouso em dizer, que o show dos africanos foi mais animado e dançante do que o show de muitas estrelas internacionais. Outro motivo que a nossa festa de abertura uma decepção tão grande, afinal, num país do carnaval, dos festejos juninos e da festa do boi de Parintins, contratarem profissionais belgas, além de ser uma piada, chega ser um desrespeito aos nossos profissionais, inegavelmente talentosos e criativos.
A miséria do povo também é percebível, mas a mídia evita mostrar o lado sombrio das cidades sede da Copa, afinal, não interessa aos patrocinadores mostrar famílias morando em situações sub-humanas, nem a violência dos grupos armados e gangues do país. Como hoje, não interessa a mafiosa FIFA e seus patrocinadores mostrarem os protestos do povo brasileiro e a situação de caos que nos encontramos, principalmente, nas áreas da educação, saúde e segurança. Afinal, mais do que uma festa e um evento que celebra o esporte, a Copa do Mundo é um negócio rentável de lucros financeiros incalculáveis.
Miséria, preconceitos por parte dos países ricos, povo sofrido mas alegre, acolhedor, trabalhador e criativo, ritmo musical criativo, alegre e contagiante. Se eu não tivesse mencionado o nome da África do Sul com certeza, caro leitor, acharia que eu estava escrevendo sobre o nosso Brasil.
Miséria, preconceitos por parte dos países ricos, povo sofrido mas alegre, acolhedor, trabalhador e criativo, ritmo musical criativo, alegre e contagiante. Se eu não tivesse mencionado o nome da África do Sul com certeza, caro leitor, acharia que eu estava escrevendo sobre o nosso Brasil.
Rick Pinheiro.
Teólogo, professor de Ensino Religioso e Filosofia da Rede Pública do Estado de Alagoas, Bacharel em Direito e catequista.
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