Originalmente, escrevi esta reflexão no dia 27 de Maio de 2010. Com a recente polêmica envolvendo uma saia justa entre a apresentadora Xuxa e um deputado federal, resolvi trazer a presente reflexão a torna, não para polemizar, mas, simplesmente refletimos sobre o tema. Quero deixar claro que tudo que eu escrevo neste blog, é a minha opinião e não deve ser confundida com a opinião da Igreja Católica Apostólica Romana, que eu amo e sou membro atuante. Antes que os inimigos da Igreja comecem a falar mal da Igreja, quero deixar claro que a frase que dar título a esta postagem, a qual eu concordo, não é a opinião da Igreja, mas do Arcebispo de Porto Alegre, D. Dadeus Grings. Esta afirmação foi exaustivamente divulgada pela mídia na época e os inimigos da Igreja que Cristo instituiu, deitaram e rolaram. Mas, se paramos para analisar, o arcebispo não está faltando com a verdade. Reflitam comigo.
Nos anos 80, houve muitas mudanças no mundo. O Brasil estava saindo de 20 anos de ditadura. A liberdade foi confundida com libertinagem. Estava tudo liberado. A censura caiu e a maioria achou que com ela os valores éticos e morais. Religião? Para que se estamos saindo de uma ditadura, não tem cabimento entramos em outra, mesmo se esta fosse aquela que no regime ditatorial teve um papel fundamental na luta pelos direitos humanos, inclusive, tendo vários dos seus membros, padres, religiosos e leigos, sendo torturados e até perdendo suas vidas nos porões da mesma ditadura.
No começo dos anos 80, o filme Pretty Baby - Menina Bonita, estrelado pela pré-adolescente Brooke Shields rodou o mundo. Neste filme, que contava a história de uma criança sendo criada num bordel, um tema riquíssimo para ser explorado, limitou-se a exibir várias cenas de nudez da estreante atriz. O filme foi aclamado no mundo inteiro como filme de arte. Em 1987, o Brasil lançou o filme A Menina do Lado, onde a também estreante Flávia Monteiro, então com 14 anos, fazia uma adolescente que tinha um caso com um homem casado de 45 anos, vivido por Reginaldo Farias. O filme, que trazia cenas fortíssimas de sexo entre a adolescente e o coroa, fez estrondosso sucesso de público, sendo divulgado e patrocinado pela Rede Globo de Televisão e tendo distribuição no cinema pela EMBRAFILME, a empresa de Cinema do Governo Federal.
Também em 1987, o jornalista Rui Castro, lançou um livro chamado Anjos Proibidos, contendo fotos de adolescentes menores nuas. Sucesso editorial o tal livro e aclamado por boa parte da crítica. Na mesma época um comercial que mostrava uma adolescente e o seu primeiro sutiã, foi comentado, elogiado e aclamado, recebendo vários prêmios no Brasil e no mundo. Até hoje esre comercial é tido como um dos melhores produzido no Brasil. Na mesma época, a própria Xuxa e suas cópias vestiam roupas curtíssimas nos seus respectivos programas infantis.
Anos 90, estourou as bandas baianas de swingueira. O Brasil parava para ver crianças de até 05 anos de idade, usando minúsculas roupas das dançarinas destes grupos musicais, como Carla Perez, dançar as músicas destas bandas, em plena tarde de domingo, no programa Domingo Legal do Gugu. Sem falar que no mesmo programa, o apresentador colocava celebridades dentro de uma banheira com modelos seminus. Atualmente, filmes como A Lagoa Azul que quando exibido nos cinemas nos anos 80 foi proibido para menores de 18 anos, o seriado global Malhação, falam abertamente da visão de sexo da sociedade, em pleno horário da tarde.
Enquanto isso tudo acontecia, a Igreja denunciava, alertava para este mal. Um mal que foi semeado aos poucos, no decorrer dos anos, pela mesma mídia hipócrita, anti-cristã, que hoje detorna com a Igreja, como se a pedofilia só existesse unicamente dentro da Igreja Católica Romana. Como estamos no mundo, mesmo não sendo do mundo segundo nos ensina o próprio Jesus, alguns membros acabaram trazendo para dentro da Igreja, os contra-valores do mundo. Isso a mídia noticiou. Mas, quando a Igreja denunciava todos os abusos exagerados das décadas de 80 e 90, e até hoje, é taxada de retrógrada, fora do seu tempo, quadrada.
Então, se paramos para analisar, a sociedade, à medida que foi acolhendo e aceitando estes contra-valores impostos pela mídia, tornou-se pedófila. Hoje, estamos vivendo os tempos farisaicos e hipócritas do politicamente correto. Digo farisáico porque existem muitas contradições. Se a mesma mídia incentiva, e deve incentivar o combate a pedofilia, então, porque exibe certos filmes e seriados adolescentes que incentivam o sexo precoce, em pleno dia? O mesmo governo que incentiva o combate a pedofilia, é o mesmo que incentiva o sexo cada vez mais cedo nas aulas de educação sexual, que distribue camisinha a todos, uma forma implícita de dizer, pode transar com quem quiser, mas usa a danada da camisinha. Os mesmos que censuram a posição da Igreja, que desde de Sua fundação por Jesus Cristo, não muda em nada os valores deixados por Ele, são os mesmo que apoiam, divulgam e incentivam a homossexualidade, o aborto, o sexo desenfreado. Prova disso é a nova campanha do Governo Federal. O slogan ensina que "Sexo, por amor ou por diversão, use camisinha".
É inegável que a pedofilia, assim como o latrocínio, o estupro, o aborto e toda e qualquer forma de violência deve ser combatida e denunciada. Independente quem seja o autor deste crime nojento, deve ser punido com todos os rigores da lei. A justiça deve ser feita, independente de classe social, cor da pele, religião, partido político, etc. Esta justiça é a que a Igreja prega, ao contrário dos que pensam os seus inimigos. O próprio Papa Bento XVI, já anunciou e determinou apuração enérgica para estes e outros crimes cometidos pelos membros da Igreja. Assim como o nosso atual Papa Francisco. Tanto que todos os casos de pedofilia estão sendo julgados no Vaticano e não nas dioceses do delito. Os Papas sabem muito bem dos escândalos provocados por aqueles que deveriam ser os pastores do rebanho de Cristo. Tanto que enésimas vezes (e não primeira como certa vez afirmou o Sr. Boris Casoy, respeitado jornalista em seu telejornal na Band), pedir perdão pelos erros cometidos por estas pessoas. Pedir perdão é reconhecer o erro e assumir uma postura de mudança para que não venham mais ser cometidos. O cuidado vai ser triplicado começando na preparação dos seminaristas.
A Igreja Católica Apostólica Romana deve ser respeitada, como qualquer instituição respeitável e séria merece respeito. Da mesma forma que existem pessoas boas e más de conduta em sua organização, no Governo Federal, Estadual e Municipal, nos Poderes Legislativo e Judiciário, nas grandes empresas, também existem pessoas boas e más. Existem padres pedófilos? Infelizmente sim. Mas é uma minoria que não chega a 0,5% do total de sacerdotes da Igreja Católica espalhados pelo mundo, levando o Evangelho a todos, pagando até mesmo com a própria vida. São mais de 450 mil padres espalhado pelo mundo e aqueles envolvidos em algum tipo de crime, não chegam nem mesmo a uma centena. Existem médicos, jornalistas, políticos, juízes, advogados, promotores, policiais, entre outros profissionais, pedófilos? Infelizmente sim, mas também é uma minoria, que também têm porcentagem mínima do total destes honrados e bons profissionais. Então, por que julgam a Igreja Católica toda por causa de uns poucos que saem da linha? Se for assim, vamos abrir um "Tribunal das Instituições", começar a julgar também cada classe profissional.. Com certeza, não é essa baixaria de troca de acusações que nenhum de nós queremos.
Queremos sim, uma sociedade mais justa, igualitária, fraterna, onde quem comete qualquer tipo de crime, seja punido e ressocializado. A pena não é vingança. Não precisamos assistir uma aula de Direito Penal para saber disso. A pena tem o objetivo de punir o crime cometido e ressocializar o deliquente, dando-lhe a oportunidade de mudar de vida e ser alguém verdadeiramente recuperado. Esse é o princípio cristão enraizado em nossa sociedade, graças a evangelização da Igreja Católica Apostólica Romana, ainda no Período Colonial. Graças a Ela, ainda podemos falar em justiça, mesmo com falhas grosseiras em nossa legislação, cortesia do poder dominante que fazem as leis apenas para lhes favorecer e não fazem verdadeiramente para o bem comum. Do contrário, seríamos todos bárbaros, vivendo a regra vingativa do Código de Hamurabi.
Lutemos todos juntos, independentes de credo, raça e posição política e ideológica, e qualquer diferença que possa nos separar por uma sociedade verdadeiramente amiga e protetora de nossas crianças.
Rick Pinheiro.
Teólogo, professor de Ensino Religioso e Filosofia da Rede Pública do Estado de Alagoas, Bacharel em Direito e catequista.
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