terça-feira, 12 de junho de 2012

CARÊNCIA AFETIVA.*

Antes que alguém ache que estou com "dor de cortovelo", "Mendigando carinho" e por isso, resolvi desabafar em pleno dia dos namorados, quero deixar claro que não me refiro a carência afetiva típica daqueles que não tem parceiros amorosos.
Na verdade, há anos que penso em escrever algo sobre este tema. O que me motivou não foi o dia de hoje, mas justamente eu ter recebido o "miléssimo perdi as contas" scrap de alguém que eu nunca falei pessoalmente nem muito menos por telefone ou MSN, dizendo que "eu sou muito especial, que somos grandes amigos, que minha amizade é importane para ela e blá, blá, blá...". Desde de abrir a minha primeira conta no Orkut, achava isso um grande hipocrisia. Mas, com o passar do tempo, percebi que as pessoas que dizem isso não são hipócritas, mas sim, vítimas de algo cada vez comum no nosso mundo globalizado. São vítimas de carência afetiva.
É inegável que a internet facilitou e muito o contato entre as pessoas. As redes sociais aproximam virtualmente das pessoas, mas não nos preenchem totalmente. Todo ser humano tem necessidade de ter contato com o seu semelhante. Mesmo que muitas vezes esse contato gere conflitos. Por mais que alguém se ache auto-suficiente, o fato é que precisamos uns dos outros. Ninguém nasceu para viver sozinho, isolado em alguma ilha deserta ou alta montanha.
Não digo que termos amigos virtuais é ruim. Muito pelo contrário. Amigos virtuais são muito bem vindos e são oportunidades que Deus nos dar de evangelizamos e sermos evangelizamos, e também de trazer esses amizade para o mundo real. Mas amigos apenas virtuais, assim como animais de estimação, não substituem o contato, "ao vivo e a cores", com os nossos irmãos.
Dom Bosco nos ensina que Deus nos colocou no mundo para os outros. Pura verdade! Nenhum homem é uma ilha. E o próprio Deus nos ensina isso em várias passagens da Bíblia. Ele mesmo, quando veio ao mundo, podia muito bem realizar toda sua missão sozinho. Mas fez questão de está sempre rodeado de pessoas, de deixar uma Igreja para as pessoas viverem em comunidade.
Muitas pessoas, em especial as tímidas, se isolam no mundo virtual e esqueçem de viver no mundo real, de olhar que ao lado, de constatar que existem outras pessoas tão carentes de contato humano como elas.
Enfim, sugiro que na próxima vez que recebemos um scrap ou mensagem de alguém que não termos vínculo nenhum fora do mundo virtual, possamos agradecer a mensagem e valorizar e dar atenção a esta pessoa, mas devemos incentivá-la à olhar para o mundo real, pois encontrarão verdadeiros tesouros à serem descobertos chamados amigos verdadeiros.
Rick Pinheiro.
Teólogo, professor de Ensino Religioso, Filosofia e Sociologia, bacharel em Direito, Catequista Crismal e membro do Grupo Teatral Apoteose da Paróquia do Divino Espírito Santo da Arquidiocese de Maceió.


* = Publicado originalmente em 11/06/12.

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