segunda-feira, 6 de abril de 2015

ESTAMOS CRUCIFICANDO, DE NOVO, O NOSSO SENHOR.

Saindo as ruas, na Quinta-Feira Santa e na Sexta-Feira da Paixão, para ir a Igreja e participar das celebrações do Tríduo Pascal me deparo com bares lotados, pessoas em suas casas dando festas e enchendo a cara, cartazes de shows seculares que iriam realizados em cidades do Litoral Norte, em plena Sexta-Feira Santa. Em casa, ligo a TV, e vejo os telejornais noticiarem que os nossos hotéis alagoanos estão lotados de turistas que vieram curtir o feriadão.

Nada contra festas, shows e viagens, até  porque gosto de tudo isso. Mas, temos durante todo ano, outros feriadões, para fazermos tudo isso. A Palavra de Deus, no Eclesiastes nos revela que aqui na Terra, há tempo para tudo (cf. Ecle 3, 1-8). A Semana Santa é o tempo para refletirmos o Sacrifício de Jesus para salvar a cada um de nós, analisarmos a nossa vida e mudá-la para vivemos conforme a vontade de Deus. A Igreja nos ensina que “O Tríduo Pascal é o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e Ressurreição do Senhor, que realizou a obra de redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo Seu mistério pascal, quando morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida. (cf. NUALC 18).” (Sou católico: Vivo a minha fé, Capítulo III, p. 89-90).

Infelizmente, numa sociedade cada vez mais paganizada e anticristã, o fato é que estamos fazendo com o Nosso Senhor, tudo aquilo que judeus e romanos daquela época fizeram com Ele. Meu pároco, Monsenhor Pedro Teixeira, certa vez em sua reflexão na Celebração da Paixão, inspiradamente afirmou que “se Judas traiu Jesus por trinta moedas, hoje, trairmos por menos, quando o trocarmos pelos nossos prazeres”. E como trairmos Nosso Senhor por besteira, por momentos curtos de prazeres que temos o ano todo para viver.

Quer reunir os amigos e festejar? Tudo bem. Mas, existem outros dias e feriadões para fazer isso. Festejando secularmente falando, ao invés de refletir a Paixão de Nosso Senhor por cada um de nós é agir igual aos judeus e romanos, que humilharam e flagelaram cruelmente Sua carne, e ainda festejaram. Lamentavelmente, a cada ano, aumenta o número de flagelos e dores no Coração de Nosso Senhor, aplicados por nós, carrascos dos dias de hoje.

Quer reunir a família na Semana Santa e viajar? Tudo bem. Reconheço que, na vida corrida que termos, é uma excelente oportunidade. Mas, porque além de se informar sobre os pontos turísticos e visitá-los, não se informar também dos horários das celebrações do Tríduo Pascal na Paróquia mais próxima e participar junto com sua família? Infelizmente, não pensam assim um considerável número de batizados. Muito pelo contrário. No carnaval, muita gente antes de viajar se informa sobre a programação e quais bandas irão animar as festividades locais. Vejo pessoas negociando com seus patrões uma troca de horário e turno, apenas para curtir a folia. Toda atenção e interesse dados a uma festa secular, que deveriam ser indispensáveis para a maior de todas as festas, o motivo pelo qual somos cristãos.

Quer promover shows para animar a sua cidade e encher o bolso de dinheiro? Tudo bem. Mas, não durante o Tríduo Pascal, desviando e corrompendo muitos dos filhos de Deus, a maioria jovens. Atitude é típica do encardido e não de um ser humano, imagem e semelhança de Deus. Aqui mesmo em Maceió, uma famosa casa de show, que inclusive a poucos meses foi manchete de programas policiais, devido ao assassinato do seu proprietário pelo próprio sócio, promoveu os quatro dias shows, intitulados como farra santa. Isso só prova o quanto, cada vez mais o sacrifício de Nosso Senhor por cada um de nós, é deixado de lado, em nome do lucro financeiro.


Infelizmente, a dura realidade é que somos culpados por tudo isso, já que, com raríssimas exceções, não são nossos irmãos afastados que, por exemplo, vivem nos bares tomando sua cervejinha ou vão a shows seculares. E olhe que eles teriam direito a fazer tudo isso, já que a maioria das denominações protestantes não celebra a Paixão de Nosso Senhor. Enquanto nós católicos não reconhecemos o Sacrifício Supremo de Deus Filho, que se fez carne e sofreu para nos salvar, vivenciarmos e conscientizarmos nossos irmãos a viver cada momento do Tríduo Pascal, infelizmente, a cada ano, mesmo sabendo cada detalhe da história da Paixão de Nosso Senhor, repetimos mais agressivamente todos os flagelos, tortura e humilhação aplicadas pelos judeus e romanos da época, que ao contrário de nós, não sabiam o que estavam fazendo.

Rick Pinheiro.
Triste, por a cada ano, as pessoas estarem desvalorizando a Paixão de Nosso Senhor.

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